quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A Sombra do Vampiro


 Para quem acha que crepúsculo é filme de vampiro, ou melhor, pra quem acha que não, fica a dica desta obra prima, A Sombra do Vampiro (Shadow of the Vampire, 2000), que com certeza está entre os cinco melhores filmes do gênero na história, com John  Malkovich no papel do diretor cinematográfico e o mestre, gênio, Willen Dafoe, no papel do demônio.
 Em 1921, o genial diretor alemão Wilhelm Friedrich Murnau (Malkovich), não consegue os direitos do clássico romance de Bram Stoker Drácula, porém mantém o projeto, alterando os nomes dos personagens e também o título, dando início as filmagens de Nosferatu. Iniciando-as em Berlin e em seguida dando continuidade na Tchecoslováquia,  a equipe finalmente encontra-se com o sinistro Max Shreck (Dafoe), que atuará no papel de Nosferatu, porém somente o diretor o conhece realmente, retratando-o como um artista reservado, que mergulha profundamente na personagem e com várias peculiaridades em relação ao trabalho a ser desenvolvido, mas no entanto, durante a produção, essas peculiaridades revelam-se muito mais sinistras e diabólicas do que todos imaginavam.

 Essa sinopse nunca me foi muito atrativa, desde meados de minha adolescência, observo este filme nas prateleiras das locadoras que, em um primeiro momento, chamavam muita a minha atenção, mas logo desistia da locação, pois a tal sinopse da contra capa me parecia demasiada clichê. Como estava enganado.
 Todo o estilo, fotografia, cenários e caracterizações do filme são de uma obscuridade taciturnas incríveis, o enredo também é muito bom, pois seria uma interpretação demoníaca de como teriam sido as filmagens do verdadeiro clássico de 1922, Nosferatu, mas o melhor e mais impressionante do filme é, sem dúvida, a maquiagem, a transformação e atuação de Willen Dafoe , que está impressionantemente macabro, o personagem parece ter saído de uma caverna profunda a fim de executar o acordo proposto pelo diretor da produção. É definitivamente assustador.  Fazia anos que uma personagem não me dava calafrios e até pesadelos, tamanha é a veracidade da interpretação.
Um filme para se ver naqueles dias de chuva, frio e  tempestade, onde os clarões noturnos dos raios instigam a imaginação a recriar os princípios do medo humano, o desconhecido, o fantástico, as trevas, que sempre inundaram as lendas que nos fazem tremer desde os tempos mais remotos.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Frankenstein


 Nunca li nada carregado de tanto horror, desgraça, melancolia e tristeza quanto o romance Frankenstein de Mary Shelly.
A infinita solidão e desespero, o remorso, a vingança, a virtude e a desgraça, sentimentos humanos, absurdamente exaltados neste romance, que também ilustra o quão mesquinha e egoísta podem ser nossas ações, nossas ambições e empresas, provando que o poder de criar impele o dever de cuidar e proteger, pois o abandono provado pelo monstro desencadeou sua vingança e ódio, a desolação, o desprezo e a morte de ambos, de criador e criatura, sementes todas plantadas pelo descaso de seu criador, pela ambição egoísta humana, que movido pela ideia de glória pessoal, arrastou para a desgraça toda sua existência, resumindo à cinzas o que outrora foi esperança, sonho.


"Chorais, ó infelizes, mas essas não serão vossas últimas lágrimas! Mais uma vez entregar-vos-ei ao pranto fúnebre, e o som de vossas lamentações será ouvido mais e mais."

"Você me odeia, mas seu ódio não pode igualar-se ao que eu próprio dedico a mim."