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segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Frankenstein
Nunca li nada carregado de tanto horror, desgraça, melancolia e tristeza quanto o romance Frankenstein de Mary Shelly.
A infinita solidão e desespero, o remorso, a vingança, a virtude e a desgraça, sentimentos humanos, absurdamente exaltados neste romance, que também ilustra o quão mesquinha e egoísta podem ser nossas ações, nossas ambições e empresas, provando que o poder de criar impele o dever de cuidar e proteger, pois o abandono provado pelo monstro desencadeou sua vingança e ódio, a desolação, o desprezo e a morte de ambos, de criador e criatura, sementes todas plantadas pelo descaso de seu criador, pela ambição egoísta humana, que movido pela ideia de glória pessoal, arrastou para a desgraça toda sua existência, resumindo à cinzas o que outrora foi esperança, sonho.
"Chorais, ó infelizes, mas essas não serão vossas últimas lágrimas! Mais uma vez entregar-vos-ei ao pranto fúnebre, e o som de vossas lamentações será ouvido mais e mais."
"Você me odeia, mas seu ódio não pode igualar-se ao que eu próprio dedico a mim."
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