sábado, 22 de dezembro de 2012

Young For Eternity - The Subways



Mais uma banda  talentosíssima vindo das terras britânicas, fazendo um rock n’ roll distorcido, sujo e melódico simultaneamente, e claro, aquele sotaque! Nesse seu debut de 2005,”Young For Eternity”, eles mostram já uma maturidade, criando composições frenéticas, que em um primeiro momento lembra a banda estadunidense Jet, nos timbres de guitarra e voz, porém com até mais energia, pois tratando-se de um trio, o ritmo se torna pulsante e pegado e os refrões gritados e distorcidos rolam à vontade, tal como uma de suas influências fazia, o Nirvana, só que de maneira, talvez, mais retrô.

Eles ainda contam com mais 2 discos lançados em seguida, “All or Nothing” de 2008 e “Money and Celebrity” de 2011, porém o disco aqui em questão é fundamental,moldando a cara do rock dos anos 00’s, junto com  outras bandas como The Strokes, Arctic Monkeys, etc, que serão com certeza clássicos nas próximas décadas.

Formação:

Billy Dunn – vocal e guitarra

Charlotte Cooper – baixo e vocal

Josh Morgan – bateria

 Uma curiosidade em sua formação: Billy Dunn e Charlotte Cooper são ex-noivos e Dunn e Morgan irmãos! (como eles conseguem?)

The Subways - Young For Eternity – 2005

Faixas:

1.  "I Want to Hear What You Have Got to Say" - 3:24
2.   "Holiday" - 1:52
3.   "Rock & Roll Queen" - 2:51
4.   "Mary" - 2:59
5.   "Young for Eternity" - 2:08
6.   "Lines of Light" - 2:12
7.   "Oh Yeah" - 2:58
8.   "City Pavement" - 2:44
9.   "No Goodbyes" - 3:31
10. "With You" - 3:02
11. "She Sun" - 3:21
12. "Somewhere/At 1 Am" - 11:23


Nihil


Vejo as ruas repletas de zumbis, marionetes, sem futuro e sem passado, uma colmeia cretina, soberba e nojenta, todos girando incessantemente na roda da loucura, a roda assassina da verdadeira vida, do sentimento, da razão, e o pior é que me vejo nela, girando como em um coma estável, no ritmo de todos, sem me sobressair, sem me afastar, sem conseguir respirar em um mundo próprio, livre dessa peste nociva que é a sociedade. Se tudo acabasse mesmo neste ano cristão de 2012, eu acenderia e daria uma boa tragada, um golaço daquela boa, porém desgraçada cachaça patrulhense e sorriria... seria só o fim, mais um fato, tão vazio quanto o começo, só o fim.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Senhor Triste, Senhor Maligno, Pensamentos Que Passam Simplesmente


Quero que os sapos nasçam bem gordos
Que as cobras invadam sua casa
Que os bodes e as cabras te destelhem
Que as aranhas te piquem, despertando-lhe do belo sono

Quero uma peste bem planejada
Quero ver sangue de verdade

“Esse homem caído, esse fraco
É o mesmo que segura tua mão
É esse verme, esse rato
No teu olho, no teu caixão”

Na verdade é apenas meu reflexo na água
Essa raiva e essa tristeza
Tudo fica para trás de qualquer forma
O vazio é o que nos suga, é o que nos mata
Agora, agora, agora, agora...



A Beleza


A beleza se encontra nos detalhes de coisas simples, na sutileza de uma tarefa bem acabada
No amor e no prazer da realização de uma obra
A beleza não é simétrica, não é exata, não tem que ser
A beleza não é complexa, qualquer um percebe, entende.

Lindo, belo, é o que nos toca, nos empurra de dentro pra fora
Nos cega, nos faz tremer, nos constrange às vezes
A beleza é pura e simples como uma criança
A beleza humana, animal, material, artística
A beleza nas palavras, na voz, no encanto de uma dança, no despertar
No  beijo molhado, no aprendizado de cada dia
No sonho realizado, no céu infinito
Na boa alma, na compaixão e até na tristeza
A beleza é só isso.

Dada



Pássaros mortos vazios no escuro
Fontes secas coaguladas
Ratos assassinos dominam seu mundo
Espelhos refletem o vácuo do nada
Assassinos delinquentes umbilicais
Praga de cegonhas em um mar de catatonia
Ovos cozidos para a fome de palavras
Desejos insípidos na terra da desesperança
Como são os filhos do novo  Aéon?
Os filhos do mundo embrião
Quem matou o senhor de nós mesmos?
Toda a maquinaria da morte
Toda a falsa identidade
Toda a hipocrisia sanguessuga
Assassinos no poder
Medo na base da pirâmide
Ignorância em todo o corpo da pirâmide
Delírio pragmático

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Meat is Murder


Sou comedor de carne assíduo, porém não se pode negar que esse sistema de confinamento e matança é irracional, absurdo, cruel, medieval. Desde que existe a sociedade o homem confina animais para o próprio consumo, mas o que acontece é uma busca insaciável pelo lucro, pelo giro do capital, por isso essa "produção em série" é tão desregrada e desrespeitosa para com os bichos.
Aqui no Rio Grande do Sul por exemplo, temos como cultura esse tratamento para com vacas, galinhas, porcos,etc, quem já viveu no interior do estado com certeza já viu uma cena dessas em que a vítima grita e agoniza por pelo menos uns 10 minutos antes de desfalecer depois da facada certeira na jugular. Ainda não penso em deixar de comer carne, mas também não penso em deixar de pensar e isso com certeza é um assunto inacabado, essa matança e  desumanidade não pode continuar normalmente.
Assista esse vídeo da PETA (people for the ethical treatment of animals) com Paul McCartney.


domingo, 9 de dezembro de 2012

50 Tons de Cinza


50 tons de cinza mais uma vez aberto ao meu lado.
Será que todas as mulheres,essas assíduas leitoras, são sexualmente recalcadas?
Será que a submissão sexual da personagem é na verdade o desejo libidinoso
de todas elas, leitoras, mulheres do nosso mundo?
Será que o que elas buscam é um bom puxar de cabelo, uma boa penetrada?
Será que a literatura de E. L. James exemplifica o íntimo desejo animal feminino desde sempre?
A resposta é sim, elas , toda elas, precisam de uma boa fincada, uma boa puxada no cabelo,
uma língua na orelha, suor, sacanagem, claro que nem todas são recalcadas, mas esse desejo é comum entre casadas recalcadas, solteiras independentes, casadas independentes, solteiras recalcadas, todas precisam de um amor brutal, talvez algumas poucas palavras inteligentes, românticas, também precisam de segurança, carinho, é claro,  mas sempre revisitando nossos sentimentos selvagens, pré-históricos, é disso que somos feitos.
É isso, sucesso.

Santo Antônio, Santo



Meu sentimento por ti explode no peito
Impele uma força emocional verdadeira, pura
Que me inunda sempre que te deslumbro
De uma maneira intensa, recíproca
Que confere a tua qualidade, tua gente, teu brilho e vigor 
Personifica  tua história e a tua perspectiva
Que define minhas lembranças, minhas experiências, memórias do teu chão
Que tonifica a tua glória, tua virtude
Tuas peripécias, tuas ruelas e avenidas
Tua cor, teu som, tua luz
Tudo isso imerso nessa sensação, nesse sentimento
E esse sentimento é de asco.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Vida e Morte na Enfermaria de Indigentes


 Sabe quando se tem a sensação de ler um dos contos mais desgraçados de que se tem notícia?
Acredito ser esse um dos melhores de seus semi-verídicos contos, junto com " A Mulher Mais Linda da Cidade", neste, o velho Buk descreve a crueza, desgraça, dor e agonia em um leito público que, mais uma vez, nos mostra o quão belo e promissor é o "American Dream", no caso dos hospitais ele funciona assim, ou você paga ou o deixamos à sua própria sorte, que na verdade é puro revés.
Se você tiver estômago ( no caso dele, estava quase sem), e ainda não conhece a obra, leia isto e desfrute de uma realidade de Los Angeles que não chegava as telonas de Hollywood.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A Sombra do Vampiro


 Para quem acha que crepúsculo é filme de vampiro, ou melhor, pra quem acha que não, fica a dica desta obra prima, A Sombra do Vampiro (Shadow of the Vampire, 2000), que com certeza está entre os cinco melhores filmes do gênero na história, com John  Malkovich no papel do diretor cinematográfico e o mestre, gênio, Willen Dafoe, no papel do demônio.
 Em 1921, o genial diretor alemão Wilhelm Friedrich Murnau (Malkovich), não consegue os direitos do clássico romance de Bram Stoker Drácula, porém mantém o projeto, alterando os nomes dos personagens e também o título, dando início as filmagens de Nosferatu. Iniciando-as em Berlin e em seguida dando continuidade na Tchecoslováquia,  a equipe finalmente encontra-se com o sinistro Max Shreck (Dafoe), que atuará no papel de Nosferatu, porém somente o diretor o conhece realmente, retratando-o como um artista reservado, que mergulha profundamente na personagem e com várias peculiaridades em relação ao trabalho a ser desenvolvido, mas no entanto, durante a produção, essas peculiaridades revelam-se muito mais sinistras e diabólicas do que todos imaginavam.

 Essa sinopse nunca me foi muito atrativa, desde meados de minha adolescência, observo este filme nas prateleiras das locadoras que, em um primeiro momento, chamavam muita a minha atenção, mas logo desistia da locação, pois a tal sinopse da contra capa me parecia demasiada clichê. Como estava enganado.
 Todo o estilo, fotografia, cenários e caracterizações do filme são de uma obscuridade taciturnas incríveis, o enredo também é muito bom, pois seria uma interpretação demoníaca de como teriam sido as filmagens do verdadeiro clássico de 1922, Nosferatu, mas o melhor e mais impressionante do filme é, sem dúvida, a maquiagem, a transformação e atuação de Willen Dafoe , que está impressionantemente macabro, o personagem parece ter saído de uma caverna profunda a fim de executar o acordo proposto pelo diretor da produção. É definitivamente assustador.  Fazia anos que uma personagem não me dava calafrios e até pesadelos, tamanha é a veracidade da interpretação.
Um filme para se ver naqueles dias de chuva, frio e  tempestade, onde os clarões noturnos dos raios instigam a imaginação a recriar os princípios do medo humano, o desconhecido, o fantástico, as trevas, que sempre inundaram as lendas que nos fazem tremer desde os tempos mais remotos.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Frankenstein


 Nunca li nada carregado de tanto horror, desgraça, melancolia e tristeza quanto o romance Frankenstein de Mary Shelly.
A infinita solidão e desespero, o remorso, a vingança, a virtude e a desgraça, sentimentos humanos, absurdamente exaltados neste romance, que também ilustra o quão mesquinha e egoísta podem ser nossas ações, nossas ambições e empresas, provando que o poder de criar impele o dever de cuidar e proteger, pois o abandono provado pelo monstro desencadeou sua vingança e ódio, a desolação, o desprezo e a morte de ambos, de criador e criatura, sementes todas plantadas pelo descaso de seu criador, pela ambição egoísta humana, que movido pela ideia de glória pessoal, arrastou para a desgraça toda sua existência, resumindo à cinzas o que outrora foi esperança, sonho.


"Chorais, ó infelizes, mas essas não serão vossas últimas lágrimas! Mais uma vez entregar-vos-ei ao pranto fúnebre, e o som de vossas lamentações será ouvido mais e mais."

"Você me odeia, mas seu ódio não pode igualar-se ao que eu próprio dedico a mim."

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Geração Zzzz....

Somos filhos de uma torre de babel capitalista, resultado de um século de excessos, de uma globalização nunca vista na história da humanidade. Olhando para trás, estudando a história, o ser humano nunca foi tão civilizado, (a fração ocidental; não religiosa/radical ao menos) a informação nunca esteve tão acessível,  mirem os seus próprios pés, a internet mudou o mundo. O ser humano, ao contrário do que supõe a bíblia, começou torto, desde a primeira organização social, desde os primeiros raciocínios "homo sapiens" o homem foi sedento por guerra, por sangue, o que se seguiu a partir disto foi o resultado da ignorância racional do homem.... os gregos,e outros com certeza que desconheço, eram sábios,os orientais também, enfim, porém,  outros líderes de outras terras  os aniquilaram, culturalmente, religiosamente e fisicamente. O ser humano, tal como nos vemos hoje, tem o instinto carniceiro, é cruel, talvez essa visão seja do europeu conquistador do passado, porém foi isso, desde os assírios, carniceiros dos tempos pré babilônia, que inclusive tiveram seus líderes homenageados pela igreja católica como demônios, lideres tribais como Azazeu, Pazuzu e sei lá quem mais.....o que quero dizer é que vejo, nesse aspecto, que o ser humano nunca foi tão civilizado, sabemos, assistimos, em tempo real, problemas e tudo o mais que acontece em qualquer lugar do mundo, apesar da distorção parcial de vários meios de comunicação, jornalistas, etc, porém com a internet você, pessoa, pode pesquisar, estudar, ouvir, provar o que quiser, o que existe disponível. Por mais merda que nos enfiem goela abaixo, já foi muito pior, hoje vivemos em uma geração absurdamente privilegiada, porém junto com esse poder de comunicação vem a apatia gorda e preguiçosa, o gosto pelo retrô, um vazio. O ser humano é triste e vazio, pois pensando ele não aceita a razão de sua existência, que é apenas existir. Espero que em breve haja uma revolução, um "bug", uma organização intercontinental, que nos faça aprender que o sentido é harmonizar, é alimentar, é gozar e brincar. Um verdadeiro sábio do século XX disse, "Não sei como será a terceira guerra mundial, mas a quarta eu sei, será a pau e pedra". Isso resume tudo, essa será nossa consequência.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Perfume


Fantástico filme!
Em uma pútrida França do século XVIII nasce Jean Baptiste Grenouille, um sobrevivente, de uma mãe acostumada a parir na feira e empurrar o feto junto com os outros dejetos sarjeta a fora.
De forma muito resistente, ele cresce e desenvolve um sentido em especial, o olfato, de maneira assombrosa, tornando-se assim um perfumista absoluto.
Inspirado no romance alemão Das Parfum, do escritor Patrick Suskind, o filme contém a  clássica jornada do mártir, tal como Jesus, Maomé e também Neo (Keanu Reeves) de "Matrix", o personagem subjugado, escravo, ( ok, o Neo não era um fudido como esses, mas a parte do "mártir" confere) genial e com um dom inigualável, porém nesta película o jovem não salva ninguém, na verdade, como no título, se trata de uma estória sobre assassinato, uma série deles na verdade.
De qualquer maneira, o filme me surpreendeu, e muito, com uma trilha linda e com um cenário e climas dignos da idade média e um final delirante, a única coisa, talvez negativa, foi o fato de as personagens não falarem francês, e sim inglês, mas isso não altera a qualidade artística desta obra.
Para quem gostou de "O Libertino", com Johnny Depp, esse é um prato cheio, sensacional!!
Curiosidade: A música "Scentless Apprentice" da banda Nirvana é totalmente inspirada no livro, que segundo Kurt Cobain, era um de seus preferidos, outros músicos, tal como Marilyn Manson, a banda Rammstein, a banda Moonspell, etc, tem canções inspiradas na obra.


 Alemanha 2006
 Direção: Tom Tykwer



Sobre as recentes manifestações em Porto Alegre

WEB


WEB
 Assim como os manifestantes que destruíram o latão da Coca-Cola no Araújo Viana, esse  ato vândalo é um reflexo, uma represália, burra talvez, mas consequente das constantes privatizações de espaços outrora públicos da cidade, a juventude está de saco cheio dessa exploração capitalista, dessa publicidade sanguessuga, por outro lado, espaços como o Araújo Viana estavam abandonados, destruídos, e a culpa do abandono é tanto do governo municipal quanto da população, que não sabe preservar nada que seja público, a população NÃO TEM EDUCAÇÃO, as coisas são pichadas, queimadas, as pessoas esfregam merda nas obras públicas, monumentos, praças, etc, o dinheiro público que deveria manter esses lugares habitáveis também não aparece, então resta que empresas privadas assumam o lugar, revitalizando, reconstruindo e cercando os mesmos, pois a empresa está PAGANDO por isso, ela tem o direito, portanto a privatização é tão culpa do governo quanto do povo. A culpa é de todos, do povo burro, do governo ladrão, das empresas exploradoras e da falta de organização social e política da população, que na verdade não sabe o que quer, enquanto uns brigam e protestam, outros repudiam, outros não se importam, outros só querem o caos, e a desunião acaba por favorecer sempre quem está no controle, o governo, a multinacional, o dinheiro. E outra, no ÚNICO país do mundo onde a segurança (?) é feita por policiais militares, o resultado só pode dar nisso, violência e violência. O regime pode ter saído do congresso, mas não das ruas.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Batman: The Dark Knight Rises


 Gosto não se discute, todos têm o direito em opinar e é natural que opiniões divergiam -se,  mas em relação aos "Heróis dos Quadrinhos", todos eles foram feitos através de interpretações artísticas. Com o passar de uns 80 anos, muitos roteiristas e quadrinistas interpretaram e criaram em cima dos originais, e no cinema não é diferente. Em questão à essa trilogia de Nolan, a crítica é bem vinda, óbvio, mas desde que seja coerente, porém o que vejo muito são pessoas criticarem apenas para se "diferenciarem" de um senso comum, pra mim, é o mesmo que dizer que Jimi Hendrix, The Beatles, Pink Floyd, Al Pacino e Quentin Tarantino são lixo, simplesmente porque alguns milhões de pessoas, de várias gerações, pensam da mesma forma sobre os mesmos. A unanimidade é burra? Talvez, porém o óbvio é unânime, pois é evidente e claro, assim não pode ser burro. O óbvio não é burro porque é unânime.
Se juntarem todos os filmes feitos até hoje sobre o Cavaleiro das Trevas em um teste de qualidade, todos juntos não competem com um terço desta recente trilogia que conhecemos. Sou contra fanatismo, absolutamente, mas essa é minha opinião.
A questão política evidente e clara no filme instiga, relembra a população do sentido da revolução, faz-se clara a causa de Bane, coerente e política, tendo como causa uma mudança radical no sistema, implantando temporariamente o anarquismo geral, povo manda, porém ele é cruel, assassino, disposto a sacrificar quantas vidas forem necessárias a fim de mudar; destruir o sistema. O plano, o projeto da revolução, é genial, te instiga mesmo, como se te mostrasse como fazer uma revolução nos tempos de hoje, porém também é sanguinária, cruel e por ora também injusta, tendo como ferramentas mãos operárias, de soldados ignorantes, mais cruéis ainda que a causa em si, ilustrando também que uma revolução popular, anarquista, reverbera uma reação em cadeia irracional, pois o homem, nesse frenesi extasiado, impulsionado pela emoção, esquece os valores políticos e sociais e acaba transformando tudo em carnificina. A emoção descontrolada anula qualquer discernimento racional, um plano pensado racionalmente e praticado no desespero não tem sentido.

Bane: Que não impõe leis à revolta popular, que ama, que quer a revolução por meio da destruição e reestruturação,  anarquista, terrorista...Saquei isso, mas assim são os americanos, toda revolução é terrorista, esse termo hoje generaliza e esse sempre foi o papel dos heróis em quadrinhos, salvar o mundo dos terroristas,  salvar a sociedade e manter o sistema. Stalins, Hitlers, Banes, é pura e simples publicidade americana, sempre foi, apenas mudam-se com o tempo as figuras oponentes, por isso o Coringa é o mais admirado, pois é o mais fantasioso, é o caos sem causa, é só loucura e diversão, Bane é um problema sério, muito mais perigoso e real, como fora outros no passado, é um inimigo político, revolucionário. Enfim, o Batman é apenas o "melhor desses heróis", mais instigante, mais escuro, mais foda apenas que esses Super Aranhas X comerciais, mas ainda  é um super herói americano, a ideia de inimigo, terrorista, apenas modernizou-se, assim como as discussões.

Santo Antônio da Patrulha


Onde todos são anônimos,
Onde todos se hipnotizam em frente a caixa de luz azul com o botão mágico,
Onde a etiqueta vale mais que a camiseta,
Onde não há sonhos nem esperanças,
Onde os fracos pensam ter a vez,
Onde esses fazem as leis que não servem nem a eles mesmos,
Onde os sapos gordos expôem suas barrigas e isso é motivo de orgulho,
Onde a morte respira nas praças  e fundos de escola,
Onde a arrogância é proporcional a ignorância que é proporcional ao vazio gigante que há de engolir tudo de uma vez,
Onde não há fim  nem começo e tão pouco meio,
De onde quero fugir,
De onde quero te salvar e não posso,
De onde não vim e não vou voltar.

Capitão Rodrigo


Em um formato musical que contém acordeon e sax fazendo aqueles acordes menores milongueiros, um baixo e bateria bastante swingados, guitarra roqueira e letras divertidas e inteligentes, que protestam e que fazem alusão direta com o mestre literário da obra que dá nome à banda, a Capitão Rodrigo inova, contendo em suas canções ritmos que vão do rock, do blues a milonga, polca, valsa, funk e soul, apresentando também uma estética cênica muito bela e interessante, fazendo uso de um cenário que ilustra particularmente cada música no show, tendo em seus músicos a expressão performática digna de atores que são, uma ótima e particular descoberta, orgulho deste pago. Criar é misturar, misturar é inovar e inovar é fazer arte. 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Memórias de Minhas Putas Tristes

Em uma mítica e histórica Colômbia de belas paisagens, Gabriel García Márquez nos mostra como é possível um homem, nos seus 90 anos, enfim, se descobrir emocionalmente. Que não há limites para redimir-se perante seus próprios e antigos dogmas, que o sublime e belo amor existe de fato, que basta que  o enfrente, enfrente o medo das desilusões e das perdas que esse sentimento traz consigo sempre, que aos noventa anos pode-se viver aventuras amorosas e que o fim chega derradeiramente primeiro por  dentro, e que esse fim nada tem a ver com a idade e sim com seu estado de emoção, prazer e amor pela vida.