quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Um Poeta

O (oh!) que é?
Mas que merda é um poeta?
Um sopro? Um medo?
Uma dor? Um porre?
O fim? O começo?
Alguma coisinha? Algo amargo?
Algo simples? Tudo? Nada?
Nada é tudo, tudo não faz sentido

O poeta é o nada, o tudo
O mundo, o moribundo
O infeliz, o sortudo
O nada é tudo
O surdo é mudo
O medo é o absurdo
O fim é o segundo.
O segundo de uma contagem infeliz infinita
O tempo de um absurdo
O amor de um moribundo
O poeta é o submundo
O ridículo, o inoportuno
O imprevisível, o inseguro
O nada, o tudo
O meu absurdo
O meu desconforto, o meu infortúnio
A minha vida, o meu túmulo.

2 comentários:

  1. Muito, muito bom! Adoro o uso de ideias contrastantes em poemas, me lembrou "O Mínimo do Máximo" do Paulo Leminski:

    "Tempo lento,
    espaço rápido,
    quanto mais penso,
    menos capto.
    Se não pego isso
    que me passa no íntimo,
    importa muito?
    Rapto o ritmo.
    Espaçotempo ávido,
    lento espaçodentro,
    quando me aproximo,
    simplesmente me desfaço,
    apenas o mínimo
    em matéria de máximo."

    Parabéns pelo maldito dom poético! Um abraço

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    Respostas
    1. Porra Felipe, me sinto lisonjeado!!!
      Grande poema este do Leminski, não o conhecia. Gosto muito também de Augusto dos Anjos e Fernando Pessoa, pra citar os de língua portuguesa.
      Um grande abraço pra ti e obrigado!!

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