Dando continuidade à
matéria analítica sobre o já concreto legado deixado e construído atualmente
pelo Muse, e passados em torno de 40 dias do lançamento mundial oficial do seu
mais recente disco, e também por já haver vídeos e impressões abundantes pela
internet sobre a banda, penso ser o momento apropriado para uma resenha do
álbum lançado em 9 de junho deste ano aqui no Modus Operandi.
O disco foi anunciado
em março, com a banda declarando que se trataria de um trabalho mais voltado
aos primórdios da banda, com mais peso, mais básico, também foi descrita a
linha temática do álbum, que referia-se a um futuro distópico onde homens eram
dominados por máquinas, que manipulavam drones, que por sua vez controlavam
outros drones, transformando então o ser humano num ciborgue metade humano
metade drone escravizado. Um disco conceitual foi anunciado. Simultâneo ao
anúncio do álbum, do tema e da arte da capa, que traz então uma tela com
soldados manipulados à distância por um ser que também é manipulado, dando
profundidade ao conceito, também fora disponibilizado a primeira faixa e o seu
videoclipe, Psycho foi o primeiro trabalho exposto, revelando de fato um peso
característico dos primeiros discos da banda, além de um clipe crítico ao
sistema militar e a manipulação brutal dos jovens através deste serviço.
Outras faixas foram
sendo disponibilizadas sistematicamente até o lançamento físico e oficial de
Drones em junho, deixando menos da metade do disco inédito até o derradeiro
lançamento, no entanto, isso aumentou ainda mais o enfoque sobre o trabalho da
banda, que em grande parte, cumpriu com o prometido em março.
O disco, que é
produzido pelo lendário Robert Mutt Lange, que trabalhou com AC/DC, Def
Leppard, entre outros, abre com a faixa Dead Inside, cuja foi a segunda a ser divulgada
logo após o lançamento de Psycho, porém nesta, observa-se vários elementos eletrônicos,
diferente, portanto, do peso esperado, ainda mais pela expectativa criada por
Psycho. Porém a faixa é bela e traz a tona o tema sobre o vazio interior
causado pela artificialidade do ser humano nesse mundo pós moderno, podendo ser
considerada uma das melhores faixas do álbum, mesmo que musicalmente, apresente
mais semelhança ao clima do disco anterior da banda, o The 2nd Law, por causa
dos efeitos e da sua estrutura. Nessa faixa, mais uma vez Matt Bellamy atinge
notas altas e evidencia o seu canto primoroso e apurado, mas que ao vivo, não
repete com precisão as partes mais altas e difíceis, como quando canta a frase
“don’t leave me out in the cold...”, porém fisicamente, o músico está muito
longe de se aproximar de sua decadência, ele tem apenas 35 anos. A próxima
música na sequência é Psycho, preludiada pela fala do sargento cujo é personagem
central da faixa, que leciona um exercício militar cruel mostrado no clipe
lançado em março. A faixa tem um peso característico da influência do nu metal
que o Muse apresenta, porém os fãs mais assíduos reconhecem que o riff
principal é bem antigo, sendo possível notá-lo em shows que remetem desde 2004,
ou antes, nos momentos de peso semi improvisados que acompanham os finais de
algumas faixas, tal como ocorria em Stockholm Syndrome. A sua letra parte da
perspectiva do sargento, ditando sua doutrina que desenvolve assassinos
psicóticos. Uma música bastante crítica que faz jus ao peso anunciado
anteriormente. Na sequência temos a
faixa Mercy, que também fora lançada antes do disco na internet. A música é
quase uma balada e foi muito bem recebida pela crítica mundial, pois ela tem
variados elementos que a personificam, teclados, efeitos, boas linhas de
guitarra, com uma levada pop e com um refrão grudento, e mais uma vez, com uma
maravilhosa linha vocal de Bellamy, que explora bastante seus falsetes, como
sempre. A letra agora se põe no lugar de uma vítima que clama por misericórdia,
ao que é explorada e escravizada por essa inteligência manipuladora que opera
através dos supracitados drones.
A quarta faixa do
disco é, na opinião deste que vos escreve, a melhor, é tudo aquilo que foi
anunciado em termos de peso e temática, Reapers apresenta todos os elementos
centrais do disco, mas ainda, em sua introdução, podemos ouvir toda a técnica
apurada da guitarra de Bellamy, que executa fazendo uso do tapping, técnica
muito explorada por variados guitarristas virtuosos e que foi popularizada por
Eddie Van Halen ainda nos anos 70, havendo ainda em uma das críticas periódicas
de um jornal local a comparação de Reapers com a clássica Hot For Teacher, do
Van Halen, do disco 1984, o que faz bastante sentido visto o caráter técnico da
guitarra na introdução. Em Reapers, Bellamy ainda executa um dos seus melhores
solos da carreira, preciso, técnico e marcante. A melodia do refrão também é
bela, com a voz de Matt recheada de efeitos, o que por sua vez a desvaloriza um
pouco, ainda mais ao vivo, soando exagerado esse uso dos efeitos nessa parte da
voz. A faixa ainda conta com momentos de puro peso, tendo o baixista Chris
Wolstenholme berrando literalmente a frase “here come the drones!”, com sua voz
também recheada de efeitos, porém dando um aspecto sujo e robótico à sua voz, o
que se encaixa no contexto. Reapers também foi lançada antes do disco - poucas semanas
antes - em um clipe que explora uma perseguição através do uso dos drones, indo
de encontro direto com a letra, que aborda o ápice da decadência humana através
da subordinação às máquinas, transformando o homem em uma presa sendo caçada
por ceifeiros e “falcões” cibernéticos, mantendo então a temática distópica do
disco, citando inclusive a C.I.A. como uma das formas opressoras, e sua
brutalidade. A seguir, a música de Drones talvez mais aclamada pelos fãs da
banda, a poderosa The Handler. Esta apresenta já no seu início um riff pesado,
se transformando numa das faixas mais cruas do disco, tal como Psycho, com
poucos efeitos se comparada às demais, com uma melodia fascinante e trabalho
vocal magnífico novamente, também é notável a presença da linha de baixo
marcante de Wolstenholme, que explora um arranjo complexo, não se limitando ao
básico, e claro que a técnica de Dominic Howard não deixa nunca a desejar. A
letra revela uma espécie de sequência à Reapers, pois transmite uma ideia de
que a personagem se encontra presa sob o domínio do opressor, clamando por
liberdade, seria, portanto, a consequência da fuga infrutífera transmitida na
faixa anterior. A música ainda apresenta outro solo apuradíssimo de guitarra,
tornando então esta uma das melhores faixas do disco absolutamente.
A seguir encaminha-se
a segunda metade do disco, que não apresenta a mesma qualidade da primeira, mas
ainda mantém alto nível e desdobramentos sobre o tema central. A faixa Defector
tem como introdução um discurso de J. F. Kennedy, onde este critica as formas
dissimuladas de guerrilhas pelo mundo, dentre outras críticas ao sistema
internacional visto de seu modo, exprimindo um aspecto positivista, mesmo
crítico, como a música em questão. A letra de Defector relata a liberdade do
indivíduo, que escapa, ou deserta, do sistema que o oprime, porém musicalmente,
a faixa não apresenta tanta qualidade quanto as demais, sendo talvez a mais
fraca do disco, mesmo tendo um riff inicial atraente e levadas interessantes e
com certo peso. Depois temos Revolt, apontada por muitos como a mais pop do
disco, soando como um hit adolescente, porém apesar dessa característica, é uma
faixa fascinante, mesmo com o seu refrão grudento recheado de falsetes, porém
de muita qualidade. De fato lembra algo jovial, mas agradável, salientando o
clima positivista desse momento do disco, tendo na sua letra um estímulo à
revolta adolescente em meio a ruídos e sirenes. A seguir, há a primeira que
pode ser considerada uma balada de fato, a faixa Aftermath apresenta o momento
quando o indivíduo cansa de fugir e lutar e apenas quer retornar aos braços e
ao conforto de seu amor, sendo uma faixa simples e melódica, sem nenhum peso ou
momento virtuoso, com uma introdução de guitarra modesta, mas bela, o que dá
uma quebra no clima do disco, complementando-o. Na sequência temos a longa The
Globalist, que alterna momentos calmos, tal como no seu início, que tem um
assovio que remete a alguma trilha sonora western, além de uma guitarra em
slide, seguindo uma linha melódica semelhante à de Aftermath, porém em seguida
surge um riff e a música ganha peso, em meio a um corpo de vozes soturnas,
acompanhadas por uma contagem regressiva que parece ir de encontro à destruição
do mundo, seguida por sua vez pela bateria de Howard e então logo surge um
pequeno solo de guitarra e o peso dá lugar a uma linha de piano e novamente a
voz de Bellamy. Sua letra soa melancólica no início, como um diálogo em direção
a um indivíduo, o estimulando a surgir como um deus de seu mundo para então
dominar e destruir. Dá a impressão que o sistema capitalista fala com ele, ou
talvez a forma de inteligência artificial dominante, fato é que alguma força
maior lhe diz para “destruir para construir”, numa espécie de pensamento modernista.
Após a passagem pesada e a volta da voz, a letra soa ainda mais melancólica,
com agora o protagonista lamentando o mundo destruído deixado para trás, todas
as culturas e virtudes humanas destruídas em nome do progresso assassino, e no
final, ele clama que só precisa de amor. É uma música interessante, lembrando o
final do disco The Resistance, onde há três faixas que complementam um tema em
si, tal como em uma sinfonia, no entanto em The Globalist, os três momentos se
encontram na mesma faixa, que soma mais de dez minutos. Para encerrar o
trabalho, a banda apresenta uma espécie de canto gregoriano, faixa esta que
possui o título do disco, Drones, num tipo de oração/lamentação pela perda dos
entes queridos, mortos pelos drones, e ainda, questionando a tal força superior
se esta está morta por dentro; se ainda sente algo, e por fim, afirmando que
esta agora pode matar da segurança de casa através dos drones, encerrando a
lamentação com um “amém”.
O disco como um todo é
muito bom, alternando peso e efeitos às vezes moderados, sem muita inserção de
piano e batidas eletrônicas, também não há sinais do groove dos outros discos,
porém esta era a proposta desse trabalho. A banda divulgou que o disco teria
como característica o peso dos primeiros trabalhos, o que de fato ocorre em
duas ou três faixas, no entanto, a banda não soa mais como naquele início, o
que é natural e até saudável, já que a principal característica do Muse é a
mistura de estilos muito distintos e uma nova sonoridade a cada disco. É
possível dizer então que Drones não soa como “algo extremamente novo”, algo
inédito em relação à própria banda, como ocorrera em quase todos os seus
trabalhos, já que conta com elementos musicais de toda a carreira, motivo
evidenciado pelo riff de Psycho, que já existia desde 2004 pelo menos, então o
álbum soa como uma coletânea de alguns elementos que a banda explorou na sua
trajetória. Pensando assim, poderia soar como algo prostrado musicalmente, mas
não, é um disco que busca resgatar o espírito dos antigos fãs de seu peso
melancólico, e ainda, penso que o verdadeiro empenho da banda foi em relação às
letras, criando um disco conceitual, que critica e até profetiza um futuro onde
somos dominados por máquinas criadas por nós mesmos, ou por um governo humano
latente nessas máquinas, um pensamento oriundo da cibercultura desde os anos 80,
também prevê o deslumbre de um mundo fatalmente destruído e aponta o apelo
sentimental primitivo, que é consequente ao vazio desiludido perante a
destruição causada pelo progresso racionalista e mortal, que acaba com a vida
do planeta e, consequentemente, com a vida humana.
Já são vários os
registros ao vivo disponíveis na internet da turnê de 2015, com shows ocorrendo
neste momento por toda a Europa, onde podemos assistir as performances de
faixas como Mercy, Psycho, Dead Inside, The Handler e Reapers, esta que ao vivo
assombra pela qualidade, porém talvez incomode o demasiado efeito posto na voz
de Bellamy no seu refrão, ainda maior que no registro em estúdio. Em outubro, a
banda se apresenta no Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo, nos dias 22 e
24 de outubro respectivamente.
Defector a pior do disco? O_O
ResponderExcluirEm geral as músicas que podem ser consideradas boas do disco são ''Reapers'' e ''The Handler''
As outras faixas boas talvez sejam ''Defector'' e The Globalist'' por o resto...
Sou grande fã da banda há muito tempo e classifico os 3 primeiros discos da banda como algo quase perfeito. A sincronia entre faixas pesadas, pianos e músicas melancólicas me faz amar esses discos profundamente. Muse é uma das poucas bandas atuais que gosto, e vejo que ela (na minha opinião) veio perdendo sua qualidade desde Black Holes & Revelations. Pois a partir desse disco a sincronia entre músicas pesadas e melancólicas veio sumindo. Porém a banda mostrou um lado bastante inovador principalmente em The Resistance e The 2nd Law. Drones pra mim foi uma enorme decepção.
Eis a razão abaixo:
01. Dead Inside (Madness 2.0)
02.Psycho (Uprising 2.0)
03. Mercy (Starlight 2.0)
Essas 3 faixas do disco considero nulas pra mim, por que pra mim Muse é sinônimo de inovação a cada álbum, e 3 faixas ''Auto-Covers'' pra mim é algo inaceitável. Continuando...
04. Reapers
05. The Handler
Aqui sim temos um Muse inovador que cumpriu pelo menos em 2 faixas a promessa do som mais pesado no novo álbum
06. Defector
Não é tão boa quanto as anteriores, porém a parte instrumental após o reflão ser cantado pela 3 vez, é uma das coisas mais épicas que já ouvi do Muse, algo encantador que lembra um pouco a introdução da ''Uprising''
07. Revolt
Aqui a música que talvez foda todo o álbum
a banda promete um som pesado e mais cru, no minímo que se dava pra aceitar seria uma Mercy, mas Revolt já é demais. No no álbum anterior que possui elementos eletrônicos não possui uma balada tão pop. Explorers e Big Freeze é de longe superior a essa faixa que tira todo o clima pesado (Que as faixas Reapers, The Handler e talvez Defector deem ao álbum) após a horrorosa Revolt, temos
08.Aftermath que apesar de ser uma balada, ela cumpre a promessa do som pesado e cru. Que apesar de nao ser uma faixa pesada, o som cru é visível. Não há uso de sintetizadores, e a guitarra soa magnifica! Essa sim é uma boa faixa, apesar de não ser tão boa quanto as antigas faixas calmas do Muse; ''Unintended'' ''Falling Down'' ''Hate This and I Love You'' ''Screenager'' ''Falling Away with You'' e ''Endlessy'', Aftermath não chega a ser ruim e cumpre seu papel no álbum.
09. Aqui temos a ÚLTIMA faixa do álbum. Uma faixa inovadora de certa forma para o Muse, e que realmente me surpreendeu em estar num álbum tão estranho. A música dividida em 3 partes me agradou bastante e ela como a Aftermath, mostrou a sonoridade básica da banda, sendo a introdução familiar a guitarra de ''Knights of Cydonia'' (Só que bem tranquila) o violão logo após lembra de leve ''City of Delusion'' A primeira parte cantada lembra o clima que Showbiz passava em suas faixas melancólicas, após algo como ''Stockholme Syndrome'' surge e em seguida uma ''United States of Eurasia'' enfim, uma ótima faixa.
10. Temos aqui algo que mais parece ''Drill Sergeant'' e ''JFK'' no álbum cada música possui uma gravura (algo que achei bem legal, pelo menos isso pra ajudar o álbum a tentar ser o que ele não conseguiu) gravuras bem sombrias até, esperava que TODAS as faixas fossem tão sombrias quantos as gravuras, como a Revolt que tem nada a ver com sua gravura épica. Em meio a essa gravuras temos 10, sendo que pra mim, Drones não é música, e sim uma finalização para o álbum e tem a mesma função das ''Drill Sergeant'' e ''JFK''
Enfim, achei esse álbum muito ruim, mas todas as músicas são agradáveis. Talvez pra quem tá ouvindo Muse agora possa convencer, mas os fãs antigos a maioria talvez cobre bem mais do álbum
Respeito tu e a tua opinião, por mais contraditória que seja. Dizer ser inadmissível uma banda, ou um artista, fazer uso do estilo que criou, ou apenas repetir uma fórmula; sua fórmula que dá certo, é simplesmente o pior absurdo, a coisa mais estúpida que ouvi a respeito de tal. Cite-me apenas um artista em todo o mundo, de qualquer área, que não faça isso. Apenas um serve, um artista que faça algo cem por cento novo a cada obra. Nem os Beatles fizeram isso, apesar de ser um dos poucos exemplos de genialidade e inovação a cada trabalho, os elementos e fórmulas e etc se repetem em, reaparecem, os Beatles teriam talvez em torno de 4 fases, o que já é algo raríssimo. Nem Joham Sebastian Bach nem ninguém foi ou é sempre "inédito". O interessante é que eles disseram que iam fazer algo voltado aos primórdios da banda, o que de fato ocorre em parte do disco, e talvez no resto eles façam o mesmo, um resgate, só que com a fase mais recente, pois também há muitos fãs que esperavam isso, mas mesmo assim é motivo de críticas radicais. Pura incoerência. O genial é o artista criar um conceito, um estilo, e explorá-lo, influenciando gerações. Gosto é gosto, mas a música é uma ciência exata, e o Muse manteve seu alto nível neste trabalho, porém o que vemos são reclamões, pois a banda é muito mais cobrada e muito mais exigida que a maioria, pois seu próprio legado causou isso, mas essa cobrança sim é inaceitável, me parece. Acho que de fato o disco musicalmente é influenciado pela própria carreira da banda, o que pode soar como um trabalho preguiçoso, acomodado, porém não, na temática é que eles se aprofundaram, mesmo não sendo uma "ópera rock". Sobre ser pop, temos a Follow Me do 2nd Law que é muito mais que qualquer uma de Drones, que de fato acho que tem bastante desse pop em suas melodias, Dead Inside, Mercy, Revolt e Defectors são exemplos, porém muito menos que 2nd Law, que com certeza, é o disco mais comercial da banda, e é ótimo ainda assim. Talvez concordamos em algumas coisas sobre o disco sim, mas dizer que é muito ruim, porém todas as faixas são agradáveis resume a incoerência do seu discurso.
ResponderExcluirSobre as três primeiras que tu comentas e as suas comparações, de fato lembram as que citaste, mas chamá-las de auto covers é medonho! Se tu gostas de rock, de rap, reggae, pop, jazz, death metal, etc, me cite um exemplo de artista em que nenhuma música se pareça com qualquer outra de seu repertório. O que pensas então sobre Ramones, Nirvana, ACDC, Motorhead, qualquer rockabilly anos 50, qualquer banda punk, blues, etc,etc, etc? Até o Radiohead se repete constantemente, esta que é uma das bandas mais originais dos últimos tempos. O fato do Muse ser genial desencadeia essas cobranças desproporcionais, descriteriosas e absurdas, mas nós temos o dever de refletir antes de sair proferindo tais coisas sem conhecimento de causa. Desculpa, mas que mundo é esse onde os artistas que admiras são todos gênios que nunca se repetem? Talvez apenas alguém covarde, ou que tenha morrido precocemente, não tenha se repetido, pois não criou mais, parou, aliás, o conceito de criação é em parte errôneo, pois tudo se cria da mistura de algo já existente, nada surge do nada. abraços e obrigado mesmo assim.
ResponderExcluirSe entendi o teu conceito, talvez seus únicos ídolos sejam Faith No More, Mike Patton em si, De Falla talvez, ah, mas eles também já se"repetiram" sim. Que tu achas do Metallica? Essa é o tipo de banda que, quando faz algo diferente do casual, é execrada. Eu prefiro analisar a eficiência técnica da música, da produção em si, e antes disso, deixar o gosto, o prazer natural ocasionado pela música, guiar se vale a pena ou não. Julgar sem fazer é algo mesquinho, e o artista tem o direito de fracassar, mas não é caso do Muse com Drones, porém eu também esperava talvez mais do que a banda pôde oferecer, por isso ainda sim acho que é um ótimo disco, visionário até, porém dizer que ele é melhor que os outros é complicado, o primeiro talvez seja o mais pueril, porém ali já está uma grande prova do que estava vindo a seguir. Talvez Drones seja o "menos bom" disco deles, mas dizer que é melhor que 2nd Law não é nada absurdo, em alguns quesitos acho que é sim.
ResponderExcluirDesculpe a forma que comentei
ResponderExcluirÉ que, como você mencionou, a banda inova tanto, que quando ousa repetir algo,
parece um trabalho preguiçoso ou feito sem carinho para os fãs
ouvi esse disco várias e várias vezes tentando gostar completamente dele, (Gostei facilmente de seus trabalhos anteriores) porém não gostei dele por completo. Talvez depois de mais um tempinho eu me acostume.
O que me incomoda e me faz chamar o álbum de ''ruim'' não é o fato dele possuir músicas ruins, e sim não causar tanto impacto quanto os anteriores
Por exemplo, quando eu soube que o álbum iria se chamar DRONES já suspeitava de algo conceitual. Então só pelo título, esperava que todas as faixas pudessem até ser parecidas com faixas de seus trabalhos anteriores já que eles queriam voltar as origens.
E quando o Matt disse que esse disco seria o mais pesado deles fiquei completamente contente, já que no The 2nd Law eles chegaram ao limite aceitável de músicas comerciais.
Mas não esperava que eles fizessem oque fizeram com o DRONES.
Por exemplo, eu sou um fã dessa banda há um bom tempo e admiro tudo que eles já fizeram principalmente no início de sua carreira, então se a intenção do álbum era fazer músicas no estilo básico e que tornou a banda famosa, a banda teve a chance de ouro de fazer um álbum magnífico, se as músicas fossem parecidas com essa tracklist que conforme meu gosto, o tornaria perfeito
Já que o álbum é pra ser pesado, devia se iniciar pesado (os ''2.0'' é só para indicar quais estilos eu queria, ou na verdade esperava que as faixas fossem parecidas)
01. Citizen Erased 2.0
02. Stockholme Syndrome 2.0
03. Fury 2.0
04. Map of Problematique 2.0
05. Assassin 2.0
06. Muscle Museum 2.0
Agora as baladas da forma mais crua e decente possível
07. Unintended 2.0
08. Falling Down 2.0
09. Screenager 2.0
10. Hate This and I Love You 2.0
Aqui então séria o espaço para a tal música de mais de 10 minutos
Muito fãs gostaram da música ''The Globalist'' porém muitos queriam que a música fosse crescente, pois ela começa calma, fica pesada no meio e volta a ser calma, se ela terminasse pesada, talvez seria melhor
E pra terminar o álbum, Drones
Essa faixa trouxe decepção para alguns fãs pelo estilo
Ela bem que poderia ser uma versão crua da The 2nd Law Unsustainable.
Então, essa era a tracklist que eu esperava do drones
Eu falei mal demais da Revolt, mas pra mim ela não é a pior musica do álbum, só a mais pop
na verdade as que me impede de gostar do album por completo é apenas as 3 primeiras
principalmente dead inside que mais parece uma musica do the 2nd law, nesse caso a madness que é bem comercial, ou seja, um album que promete ser pesado, começar com uma faixa comercial ou seja pior que o anterior ''Supremacy foi um bom começo pro the 2nd law, apesar do album ser quase todo comercial'' e para completar as faixas que viraram video clipes foi dead inside e mercy, bem poderia ser reapers ou the handler.
minha intenção não foi causar confusão, desculpa qualquer coisa
Eu intendo tudo que voce disse, realmente as bandas voltam a fazer o mesmo som depois de um tempo, e isso nao quer dizer que ela se tornou ruim.
Ótimo! Agora chegamos a um acordo! O que nos diverge são apenas as idiossincrasias derivadas da forma que cada um ouve; da história de vida de cada um, pois ninguém ouve, lê ou percebe o mundo da mesma forma que outra pessoa, e se sim, é algo extremamente raro e até entendiante.
ResponderExcluirTambém quando ouvi Dead Inside me surpreendi pela característica muito pop, mas acabei por gostar dela bastante, mas também não poria ela para abrir o disco... Mercy também foi uma pequena decepção, apesar de que, hoje a aprecio mais do que na primeira vez que a ouvi. Concordo com várias coisas contigo, sobre a Revolt ser a mais pop também, mas como manifesto no texto, particularmente, ela me agrada bastante. Enfim, a lista que fizeste agora, pelo menos sobre as mais pesadas, eu concordo e aprecio muito! Talvez Stockholme e Fury seja as minhas preferidas de toda a carreira da banda. Detalhe que o vídeo que posto na resenha, é o videoclipe da faixa Reapers, não é? Obrigado e abraço!
Enfim, realmente pra mim, (eu achava que somente eu achava isso) A canção Fury, é uma das melhores músicas do Muse, e achei extremamente injusto eles não terem a colocado no álbum Absolution, assim como a Glorious no álbum Black Holes and Revelations, que ambas ficaram apenas nas edições japonesas, espero que Muse tenha uma longa carreira e que lance álbuns em menos tempo, se você notar seus 3 primeiros álbuns eram feitos num intervalo de 2 anos, enquanto o restante possui menos canções, e são lançados após demorados 3 anos, enfim, espero que Muse jamais deixe de ser inovador e que possa surpreender seus fãs nos futuros lançamentos.
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