terça-feira, 28 de julho de 2015

Eclético


 Eu gosto de Dead Kennedys e de Roupa Nova. Ouço de Los Hermanos a Impaled Nazarene, de Rhapsody a Soda Stereo. Sou muito influenciado por nomes distintos como Radiohead e Def Leppard, também desde Beatles a Muse. Adoro jazz, country e samba também. Por isso há a necessidade de se classificar eclético, mesmo que o sendo dentro de certas limitações, mas que não são tão específicas. Gosto da música pura, e também da música ideológica, falando de amor ou protestando, com crítica social ou besteirol sexista, música política ou non sense, erudita ou marginal. Não é numa banda de punk, de blues ou de heavy metal que eu me satisfaço, mas numa banda que faça tudo isso, de maneira radicalmente livre, simplista ou experimental. Pois toda a afirmação é uma negação. Tampouco me importa a língua cantada, só o bom gosto e a qualidade é que importam, e a impressão de sinceridade e excelência naquilo que se faz e que se mostra pro mundo. O universo musical se resume cientificamente apenas em Nota e Ritmo, o resto é arte, e cada um sabe o que é melhor pra si e pra seus ouvidos. 
 
 
Queen - A Night At The Opera - 1975
Dentro do rock, há inúmeros artistas que se propõe a essa liberdade de experimentação, desde os anos 60, quando a música oriental e os recursos de estúdio aprimorados deram uma outra dimensão para a música pop desde então. Dentre muitos, nos anos 70 o Queen, com o seu genial A Night At The Opera, chocou parte do público pela mescla de gêneros explorados, desde o balé até o country, e claro, o hard rock glam em voga na época. Mais tarde, a partir do fim dos anos 80, através dos 90 e entrando nos 2000, temos em Mike Patton um ícone do experimentalismo radicalmente livre, que é evidente em todos os seus projetos, que vão do inclassificável Mr. Bungle, através do exitoso e também perturbador Faith No More, passando por projetos como Fantômas, Tomahawk e Peeping Tom, além do seu disco solo intitulado Mondo Cane, onde apresenta canções populares italianas acompanhado de uma orquestra. A dinâmica de estilos é tão imprevisível quanto as capacidades de sua performance vocal, que vai do gutural ao falsete, como barítono e às vezes até como tenor, no jazz, funk, metal, hard rock, rap, grind core, death metal, pop e seja lá o que mais! No Brasil, temos a banda porto alegrense De Falla, que é precursora da mistura de vários gêneros, brasileiros e estadunidenses, de maneira que beira ao absurdo, com hard rock, funk, rap, entre outras misturas excêntricas, eletrônicas ou pesadas, que fazem do disco Kingzobullshitbackinfulleffect92, de 1992, um clássico incomparável.
De Falla - Kingzobullshitbackinfulleffect92 

 



 Abaixo o link do disco de 2003, Director's Cut, do projeto Fantômas, formado em 98 e liderado por Mike Patton, projeto/banda que tem o título oriundo de um personagem da literatura e do cinema francês, cujo apresenta temas de filmes em versões bizarras, misturadas ao metal e ao hard core extremo. Também destaco a versão para Satisfaction, dos Rolling Stones, pelo De Falla no disco em questão, que soa algo muito bem elaborado, calcado no soul e que, de maneira bizarra, adentra ao que se pode chamar de thrash metal. Insano!





Fantômas

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