E essas letras me perturbam, me paradoxam
Não me reconheço, nesses rabiscos ultra alucinados imperativos
Me censuro, me podo
Não enxergo o que outrora mostrei
Não me raciocínio, não me desvendo
E não tenho uma saída, não me resolvo
Sigo preso dentro desta...coisa, não conheço o símbolo para essa coisa...
Tampouco algo semelhante para a minha vontade
Mas sei que, o pouco que sei serve, basta, para medir o que já sei
E o nada que sei é que sei que tenho consciência, naturalmente
Com todos os infortúnios e negativas
Com todas as variações atmosféricas e inconstâncias sentimentais
Mesmo com todas as burrices evidentes, todas as estupidezes e idiotices
Aplicadas, sentidas, vividas, reclamadas e defendidas
Mesmo com toda essa impotência escancarada, esse minúsculo tamanho
Assim mesmo, eu, burro, pequeno e frágil
Simples, complexíssimo, desmontado, melhorado, atordoado, esculhambado
Mesmo assim, eu sei, tenho certeza, porque eu sinto, e eu devo e busco
viver o que sinto
E a minha vida, o meu dever comigo, para minha existência, para a minha
consciência e passagem pela coisa que chamamos terra
Eu sei, vou cada vez mais fundo, mais crente, mais confiante, mas rígido
e forte com os golpes, e mais sábio, ou menos tolo, para o meu prazer, o meu
sentido, que é comum, que é dividir a vida, o ar, o conhecimento e experiência,
tudo aqui é de todos
Todos um, juntos, lutando e se amando, e eu já escolhi a minha metade
O motivo, a razão para seguir, acordar e compartilhar com tudo
Minha razão é óbvia, e digo isso à mim mesmo, porque a isso deve a minha
vida, a vida vivida, gozada, a também divulgada ideia e sentimento chamado
felicidade
Minha razão é ela, a pessoa que responde pelo nome de S.. que agora jaz
dormindo ao meu lado enquanto a agrido com loucuras peçonhentas e abismos
alcoólatras, drogados, repugnantes.
É a ela que devo, a ela me dirijo e hei de proteger, servir e amar
A ela que dirijo minhas desculpas e sentimentos, e meus defeitos e virtudes
A ela que me aguenta, que me sustenta com carinho.
Para ela, com ela até o fim.
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