
O primeiro single, “New”, foi lançado um pouco antes do lançamento do disco, que foi em 11 de outubro de
2013, e remete bastante ao som dos Beatles, principalmente no disco “Revolver”, de 66, a sua levada, seus efeitos e sonoridade, como se hoje fosse possível
extrair exatamente o que queria Paul naqueles dias, porém de maneira absurdamente
mais facilitada, devido a toda a tecnologia disponível nos dias atuais, mas é
claro que, sem as alucinantes experiências sensoriais vivida pelos Beatles nos anos 60, o que dá um clima único daquele tempo à sua obra, e que não retornará.
Se pensarmos que também nos anos 80 havia essa sensação de “o futuro chegou”,
com exagero nos efeitos e possibilidades no estúdio, este disco é bastante
coeso, pois divide bem as proporções sobre efeitos eletrônicos e a simplicidade
rústica clássica do rock, bem diferente daquele super mal recebido disco de 86,
“Press to Play”, onde este também intenciona soar contemporâneo e atual, porém
o que vemos hoje é um disco que compete no máximo com algum disco chato do “Tears
For Fears”.
Há também o single “Queenie
Eye”, com a levada bem marcada pelo piano, assim como em várias outras faixas do disco, típico de McCartney, onde também há a harmonia entre os sintetizadores,
harmonias vocais e efeitos variados. Em um ritmo dançante, a música representa
bem o estilo do disco e sua euforia. Também há o vídeo para esta faixa, com
participações de estrelas hollywoodianas, entre outras, tal como Johnny Depp, que também
aparece no recente clip de “My Valentine”.
A produção ficou a
cargo de quatro produtores, alguns
filhos de amigos seus, também dando a nítida
intenção de atualidade e mistura de influências. O time conta com Ethan Johns,
que produziu Kings of Leon e também é filho de Glyn Johns, engenheiro que trabalhou
com os Beatles e também com os Wings; Giles Martin, este filho do mestre
George Martin; Mark Ronson, que produziu Amy Winehouse e por último Paul Epworth, este que
produziu a cantora Adele. Com quatro diferentes produtores, o disco muda de
clima e de atmosfera conforme seguimos ouvindo-o, porém mantendo sempre
presente o clima de pop e de rock, os efeitos moderados e os belos preenchimentos
vocais, característicos em toda a carreira do mestre, exceto se falarmos de sua
obra erudita.
Talvez não seja seu
melhor disco na década de 00, porém é muito rico, um disco feliz (exceto talvez
pela última faixa, “Struggle”, que soa bastante melancólica), que aponta o quão
longínqua ainda será a invejável carreira de McCartney, que esbanja saúde,
simpatia e genialidade, dando a garantia de um futuro ainda promissor e de
sucesso, e também esperanças de mais shows ao redor do planeta.